Publicado 07/04/2021

Há pouco mais 10 anos, o termo blockchain – sistema de validação de informações da Bitcoin – ganhou a atenção tanto do universo da tecnologia quanto das finanças. O uso da ferramenta, porém, está se difundindo para setores que não são necessariamente ligados com as criptomoedas. Com a chegada da pandemia no Brasil, por exemplo, o blockchain está ganhando cada vez mais utilidade ao ser utilizado para autenticação de documentos sem precisar sair de casa.

Uma ferramenta que está aproveitando a tecnologia é a e-Notoriado. Em dezembro do ano passado, a função de autenticação digital foi adotada pela plataforma e, em quatro meses, cerca de 156 mil páginas de documentos já foram autenticados pelo sistema em blockchain.

Assim, os usuários podem compartilhar os documentos por WhatsApp, email, SMS ou qualquer outro aplicativo de mensagens, que continuará com o mesmo valor legal que o arquivo original.

Mas o que é blockchain?

O conceito de blockchain nasceu em 2008, com a criação da Bitcoin. A tecnologia foi apresentada por Satoshi Nakamoto, pseudônimo do suposto criador da criptomoeda, para evitar que os dados fossem alterados, copiados ou trocados no ambiente virtual. Com isso, as transações ficam mais seguras, evitando que uma pessoa gaste 1 BTC duas vezes ou dizer que enviou 10 BTC e transferir um valor menor, por exemplo. Até hoje, a criptografia da moeda está intacta, sem nenhuma tentativa bem-sucedida de fraude.

De forma resumida, a tecnologia usa pedaços de códigos gerados online, conecta as informações em blocos, formando uma “corrente”. O pulo do gato aqui é que cada bloco possui informações do anterior, ou seja, se alguém quiser “invadir” a cadeia, precisará desvendar o código de todos os blocos anteriores.

Blockchain em autenticações

O processo de autenticação, segundo a Presidente do Colégio Notarial do Brasil, Giselle Oliveira, é realizado por meio da Notarchain, uma rede de blockchain privada dos notários. O processo ocorre da mesma forma: o documento solicitado possui um código único que será depositado em um bloco com todas as transações dessa rede. A partir daí é construída uma cadeia, em que cada bloco é vinculado ao anterior, impossibilitando a alteração das informações que já foram armazenadas.

“O documento registrado pelo usuário ‘A’ em Minas Gerais poderá ser verificado por um tabelião a pedido do usuário ‘B’ em Tocantins. Este usuário ‘B’, com a cópia autenticada em PDF, poderá também solicitar o impresso do documento original que veio lá de Minas Gerais, pelo usuário ‘A’, garantindo a fiel reprodução e seus efeitos legais”, explica Oliveira.
Ela explica que o processo é rápido, assim como o procedimento presencial, mas recomenda que o serviço seja agendado com antecedência.

Fonte: Tecmundo

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